SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - O volante Bobadilla, do São Paulo, se pronunciou em suas redes sociais após ser acusado de xenofobia pelo lateral Miguel Navarro, do Talleres (Argentina), durante o jogo desta terça-feira (27) pela Libertadores.
"Olá pessoal. Estou aqui para falar um pouco sobre o que aconteceu nesta terça-feira (27) à noite. Bom, primeiro foi uma partida muito disputada, um clima tenso durante toda a partida. Depois do nosso segundo gol, tive algumas discussões com jogadores do Talleres, nas quais primeiro fui ofendido e tratado com um pouco de desdém. Nunca tive a intenção de discriminar ninguém. No calor do momento reagi mal e peço desculpas publicamente. Se eu tiver a oportunidade de falar com ele pessoalmente, também pedirei desculpas. Mas enfim, só queria deixar isso claro e mando um abraço a todos", disse Bobadilla.
O paraguaio foi acusado por Navarro de proferir as seguintes palavras: "venezuelano morto de fome". O jogador do Talleres chorou bastante em campo e quis deixar o gramado, mas não havia mais substituições a serem feitas.
Navarro foi à Polícia e ao Jecrim (Juizado Especial Criminal) ainda dentro do Morumbis registrar um Boletim de Ocorrência contra Bobadilla. A Polícia chegou a buscar o paraguaio no vestiário são-paulino, mas ele já havia deixado o estádio.
Bobadilla é aguardado pela Polícia para prestar depoimento sobre o caso. A Polícia convocou uma coletiva de imprensa para nesta quarta-feira (28) para falar sobre a ocorrência.
Os policiais também ouviram dois jogadores do Talleres, Lautaro Nahuel Bustos e Marcos Ezequiel Portillo, como testemunhas. Além disso, as autoridades colheram o depoimento do árbitro responsável pela partida, Piero Maza Gomez.
No elenco do São Paulo, Nahuel Ferraresi, amigo próximo de Bobadilla, também é venezuelano. Navarro afirmou que tanto Ferraresi quanto Arboleda teriam ficado do lado dele ainda no gramado.
Depois do ocorrido em campo, o árbitro da partida orientou Bobadilla a descer para o vestiário logo após o apito final para evitar mais confusões. Ele ainda estava no vestiário quando os demais atletas desceram, mas não mais depois do depoimento, que ocorreu cerca de 20 minutos após o término do duelo
O QUE DIZ O SÃO PAULO
O UOL apurou que São Paulo decidiu não se manifestar sobre o caso até que todas as informações sejam esclarecidas. O clube não impediu que a Polícia entrasse no vestiário para procurar por Bobadilla nesta terça-feira (27) depois do jogo, mas o paraguaio já havia deixado o local.