Pelo menos 85 pessoas morreram na Faixa de Gaza nesta terça-feira (20) em decorrência de novos ataques israelenses, segundo a Defesa Civil do território, controlado pelo grupo islamita Hamas. O número representa quase o dobro do balanço anterior, que contabilizava 44 mortos.
Dois dos bombardeios ocorreram no norte de Gaza e atingiram uma residência familiar e uma escola usada como abrigo para deslocados. De acordo com o Ministério da Saúde local, 22 pessoas morreram nesses ataques, incluindo mulheres e crianças. O Exército de Israel alegou ter mirado um centro de comando do Hamas e disse que alertou civis com antecedência.
Outras ofensivas ocorreram em Deir al-Balah, onde 13 pessoas foram mortas, e no campo de refugiados de Nuseirat, nos arredores da mesma cidade, com 15 mortos confirmados pelo Hospital dos Mártires de al-Aqsa. Em Khan Younis, dois bombardeios mataram mais 10 pessoas, segundo o Hospital Nasser.
O governo israelense afirma que os ataques são dirigidos a militantes do Hamas e responsabiliza o grupo pela morte de civis ao operar em áreas densamente povoadas. A nova ofensiva em toda a Faixa de Gaza foi lançada no último fim de semana com o objetivo de eliminar o Hamas e recuperar os reféns capturados em 7 de outubro de 2023, quando a guerra começou.
“Os combates são intensos e estamos avançando. Vamos tomar o controle de todo o território”, declarou o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu na segunda-feira. Pressionado por países europeus, o premiê autorizou a entrada limitada de ajuda humanitária em Gaza após mais de dois meses de bloqueio total. Ele justificou a decisão por “razões diplomáticas”, embora tenha sido duramente criticado por membros de seu próprio governo, como o ministro da Segurança Interna, Itamar Ben Gvir, da extrema direita.
Organizações humanitárias e a ONU seguem alertando para o risco iminente de fome em Gaza e consideram insuficiente a liberação de apenas alguns caminhões com suprimentos. Em uma declaração conjunta, o presidente da França, Emmanuel Macron, o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, e o primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney, condenaram as ações israelenses e afirmaram que “não vão ficar de braços cruzados”.
O ataque inicial do Hamas em 7 de outubro de 2023 resultou na morte de 1.218 pessoas em Israel, em sua maioria civis. Na ocasião, 251 pessoas foram sequestradas e levadas para Gaza — 57 ainda estão desaparecidas, sendo 34 já declaradas mortas, segundo o Exército israelense.
Em resposta, a campanha militar de Israel já deixou mais de 53.486 mortos na Faixa de Gaza, a maioria civis, de acordo com o Ministério da Saúde controlado pelo Hamas.
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